Voltamos a Bruxelas numa sexta-feira de 2020 e logo na segunda feira seguinte já estávamos oficialmente em modo Lockdown por aqui. Não fazia a menor idéia do que esperar, afinal de contas era a primeira vez que me encontrava em situação tão singular, e à medida que os efeitos do coronavírus atingiam mais e mais profundamente aqui, como em todo o mundo, muitas coisas tivemos que aprender para poder enfrentar desafios únicos;
Com o passar dos dias e meses imagino que compartilho dos mesmos medos e preocupações com muitos de vocês; medo pela sua saúde física e mental, e claro a saúde de seus entes queridos, que no meu caso vivem espalhados mundo a fora, muito medo por seu ganha-pão e as perspectivas de recuperação da economia local e mundial. Me considero privilegiado de ter um emprego e viver num país que oferece uma malha de segurança, mas tenho consciência de que muitos milhões de pessoas não possuem a mesma sorte e estão passando muitas dificuldades de todos os tipos.
Ao longo de mais de um ano de confinamento e auto-isolamento, a gente aprende a lidar com essa nova e força da realidade. Intuitivamente a gente sabe que à incerteza econômica e as preocupações com a saúde, de uma maneira ou outra, podem afetar sua saúde fisica e mental. E, invariavelmente, aumentarão os níveis de ansiedade e estresse. Para enfrentar esse binômio, pesquisar na internet pode trazer algumas idéias e alívio, tipo as que obtive como: meditação, exercícios e uma atitude positiva. Muitos aplicativos e YouTube oferecem programas e vídeos que em muito podem nos ajudar a gerenciar os níveis de estresse e ansiedade.
Descobri também que o consumo desregrado de notícias age de uma forma negativa em nossas vidas. É claro que é importante estarmos a par do que esta acontecendo ao nosso redor e pelo mundo, mas ficar grudado na frente da televisão, ou tela do computador ou telefone é perda de tempo e só servirá para agravar sua situação mental. Resumo: menos é mais.
Esta crise do COVID-19 é difícil, e tenho certeza que nenhum de nós jamais passamos por tal situação antes. Mas, historicamente, não é a primeira vez que a humanidade tem que enfrentar uma calamidade, e claro, não será a última. Meu consolo é saber que o mundo sempre foi capaz de dar a volta por cima. É só uma questão de tempo. Lembrem-se daquele provérbio português “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe…”. Sejamos, então positivos.
Por ALEXANDRE SÁVIO – Data Scientist IBM/Watson – Bélgica
